quinta-feira, 5 de julho de 2012

Ex-ditador argentino é condenado a 50 anos por rapto de bebês

05/07/2012 - 19:28






Buenos Aires, 5 jul (EFE).- O ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla foi condenado nesta quinta-feira a 50 anos de prisão por rapto de bebês como parte de um plano sistemático executado durante o último governo militar na Argentina (1976-1983).
A justiça do país considerou provados seus crimes contra a humanidade 'por meio da prática sistemática e generalizada de subtração, retenção e ocultação de crianças menores de 10 anos' no contexto de um 'plano geral de aniquilação' contra parte da população civil com o argumento de acabar com a 'subversão' durante a ditadura militar.
Considerado um processo 'emblemático' pelas organizações de Direitos Humanos, o julgamento começou com uma denúncia das Avós da Praça de Maio e envolveu mais de 30 casos.
Além de Videla, sentaram-se no banco dos réus o também ex-ditador Reynaldo Bignone, condenado a 15 anos, Antonio Vañek, almirante reformado condenado a 40 anos, o ex-capitão de fragata Jorge Eduardo Acosta, sentenciado a 30, e o ex-general Omar Riveros, a 20, entre outros repressores da ditadura militar.
Sentado na primeira fila, Videla escutou, sem demonstrar qualquer reação, o anúncio de sua pena, que se soma a uma de prisão perpétua também por crimes contra a humanidade em seu período à frente do governo argentino.
Segundo estimativas de organizações humanitárias, 105 crianças que foram raptadas durante a ditadura recuperaram suas identidades, embora ainda haja mais de 400 denúncias pendentes por casos similares. EFE

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