PORQUE É QUE ESSES INFAMES ORDINÁRIOS NÃO SE JOGAM DAÍ DE CIMA, AO INVÉS DE JOGAR AS CRIANÇAS?
Arremesso de Bebês
Uma tradição na Índia, com mais de quinhentos anos, diz que os bebés devem ser lançados de grandes alturas para terem sorte e uma vida saudável. Devotos pais muçulmanos e hindus reúnem-se em Solapur, na província de Maharastra, para a cerimónia: atiram as crianças do cimo de uma torre, a uma altura de mais de dez metros. Como reagem? Naturalmente. O ritual, acreditam, fortalece as crianças, que caem sobre um pano branco esticado, próximo do solo, e que parece uma cama elástica. Mas conheço pessoas adultas que não se arriscariam nisso. Alguém perguntou aos bebês se eles querem participar?
Festival Vegetariano Anual de Phuket
Durante as "comemorações" de um festival vegetariano em Phuket, Tailândia, fiéis atravessam espadas e outros objetos pontudos em suas bochechas, entre outras formas de auto-flagelação extrema. O objetivo em cometer esses atos de dor é para purificar os pecados da comunidade. A procissão pelas ruas da cidade tailandesa marca o Festival Vegetariano Anual de Phuket. A festividade começa na primeira noite do nono mês lunar do calendário chinês e dura por nove dias para honrar deuses taoístas. Em 2010, os Nove Deuses Imperiais - como são chamados - saíram das águas no dia 8 e voltaram no dia 16 de outubro. As procissões servem para buscar os espíritos dos deuses na orla e levá-los de volta para o mar. Quem serve de transporte para as divindades são esses malucos com as bochechas esgarçadas.
Escadas com degraus de lâminas, tapetes de carvão em brasa e fogos de artifício nas costas também estavam na programação dos fiéis. A dor purifica os "transportadores", e as explosões serviriam para espantar maus espíritos.
E o que tudo isso tem a ver com vegetarianismo? Claro que os Nove Deuses não gostam que ninguém mate animais quando eles estão de visita na terra, né? Assim os restaurantes da cidade fazem refeições especiais sem nenhum tipo de carne (bovina, suína, peixe ou frutos do mar) nem derivados (leite, ovos).
É o tipo de crença que ficou tão real para o crente que ele arrisca sua saúde (há pouca higiene no festival) para realizar um ritual pedindo bênçãos. Vale lembrar que foi neste mesmo lugar em que o tsunami de 2004 passou matando centenas de pessoas.
Dia da Epifania
Na noite de 18/19 de Janeiro, os cristãos ortodoxos celebram a Epifania, um dos mais importantes feriados religiosos. Muitas pessoas tradicionalmente tomam banho de água gelada esta noite em uma esperança para lavar seus pecados. Isso é bastante preocupante, uma noite para médicos e equipes de resgate têm que permanecer em serviço perto de reservatórios de água, onde o ritual acontece.
Quase dois mil anos atrás, Jesus Cristo entrou na água do rio Jordão para ser batizado por João Batista. Desde aquela época, acredita-se geralmente que toda a água na Terra se torna santa, na noite de Epifania, a cada ano. Se um participante do ritual é fraco e despreparado para tal situação estressante, se ele ou ela tem doenças crônicas, tais pessoas se colocam em sério risco.
Eu estou certo de que se você tem coragem e vontade de mergulhar numa água congelante em pleno inverno, a saúde é sua. Mas enfiar uma criança na água gelada? Tem certeza que é o melhor para ela? Olhe bem o rosto dela. Tem certeza que ela está gostando ou aceitando isso?
Infanticídio entre indígenas
Se os outros rituais causam dor, este causa a morte. Pela tradição, muitas tribos indígenas enterram crianças vivas. Pesquisadores já detectaram a prática do infanticídio em pelo menos 13 etnias, como os ianomâmis, os apirapés e os madihas. Só os ianomâmis, em 2004, mataram 98 crianças. Os kamaiurás, a tribo de Amalé e Kamiru, matam entre 20 e 30 por ano.
Os motivos para o infanticídio variam de tribo para tribo, assim como variam os métodos usados para matar os pequenos. Além dos filhos de mães solteiras, também são condenados à morte os recém-nascidos portadores de deficiências físicas ou mentais. Gêmeos também podem ser sacrificados. Algumas etnias acreditam que um representa o bem e o outro o mal e, assim, por não saber quem é quem, eliminam os dois. Outras crêem que só os bichos podem ter mais de um filho de uma só vez. Há motivos mais fúteis, como casos de índios que mataram os que nasceram com simples manchas na pele – essas crianças, segundo eles, podem trazer maldição à tribo. Os rituais de execução consistem em enterrar vivos, afogar ou enforcar os bebês. Geralmente é a própria mãe quem deve executar a criança, embora haja casos em que pode ser auxiliada pelo pajé.
Alguns ignorantes clamam que “isto é a cultura deles” e devemos respeitar. Vamos pegar hoje em dia. Se você tem aí algum defeito como uma mancha, se permitiria ser enterrado vivo para “purificar” a espécie? Claro que não. Então, por que fazer vistas grossas a essa crueldade extremamente covarde? Não importa quem ou onde esteja sendo desrespeitado o direito básico da vida. Esta pessoa precisa ser protegida.
Festival Chatt Puja
Mulher hindu pisa sobre um bebê em um ritual que busca para as crianças bênçãos do deus do sol Surya, durante o festival de Chatt Puja, em Calcutá. Certo, talvez não seja algo que machuque muito o bebê. Mas alguém perguntou para ele se ele quer participar de uma festividade onde ele pode sim ser machucado?
Brit milá (ritual de circuncisão judeu)
É uma cerimônia religiosa dentro do judaísmo na qual o prepúcio dos recém-nascidos é cortado ao oitavo dia como símbolo da aliança entre seu deus e o povo de Israel. Também é nesta cerimônia que o menino recebe seu nome. Costuma-se realizar o brit em um café da manhã festivo. Classicamente a brit é feita sem anestesia, apesar de atualmente em algumas brit milá a criança receber uma pequena anestesia.
Ainda que hoje muitos usem anestesia, por muito tempo não foi assim. A questão é: os adultos têm maturidade e consciência de suas escolhas. Novamente, alguém consultava o recém-nascido e perguntava: “você aceita ser cortado e sentir dor para aderir aos nossos costumes?”. Claro que não.
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