quinta-feira, 19 de julho de 2012

Assassinatos, ameaças e mistérios marcam o escândalo Cachoeira

Desde as primeiras prisões, envolvidos vivem sob a sombra do medo






Desde que a Operação Monte Carlo foi deflagrada, com as primeiras prisões em 29 de fevereiro,  denunciando o esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira, uma série de mistérios passou a rondar o caso.

Nas últimas horas, os rumores sobre a tentativa de suicídio do contraventor na penitenciária da Papuda e a morte do policial
federal que participou da operação, Wilton Tapajós, só aumentaram ainda mais os ares de mistério sobre o caso.

Uma das linhas de investigação
dos policiais que trabalham no inquérito sobre Tapajós é justamente vingança pessoal. Nesta quarta-feira (18), o presidente da CPMI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), chegou a dizer que a comissão vai investigar a morte do policial, se for preciso.


Isso mostra que os parlamentares não descartam a ligação entre o caso Cachoeira e o homicídio que aconteceu em plena luz do dia, no cemitério Campo da Esperança, em Brasília. A família também acredita que a função exercida por Tapajós na Polícia Federal tem ligação com o crime.

Nesta quinta-feira (19), o filho do policial disse que o pai foi vítima da profissão. 


Ameaças

A suspeita de ligação entre o homicídio e as investigações contra Cachoeira esbarram em casos de ameaças a promotores e até a uma deputada de Goiás. No último dia 6, o ex-cunhado de Cachoeira, Adriano Aprígio de Souza, foi preso acusado de enviar um e-mail intimidando a procuradora da
República Lea Batista de Oliveira.

Aprígio está entre os 80 denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal) e seria, no grupo liderado por Cachoeira, o responsável por dissimular os recursos conseguidos a partir das
práticas criminosas. Ele é irmão de Andrea Aprígio, primeira mulher do bicheiro.
A deputada Íris de Araújo (PMDB-GO) afirmou, em junho, ter sido alvo de ameaças depois que começou a fazer discursos sobre a atuação do grupo do bicheiro.

Caso PC Farias

As mortes, ameaças e suspeitas lembram o mesmo enredo da história recente brasileira: o caso PC Farias. Em 1996, o tesoureiro de campanha do ex-presidente Fernando Collor foi encontrado morto ao lado da namorada, Suzana Marcolino. Após investigações, a polícia concluiu que se tratava de crime passional. Mas, os questionamentos sobre essa conclusão ainda alimentam muita polêmica sobre o caso.

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