quinta-feira, 12 de julho de 2012

SP: polícia admite ligação entre mortes após jogo do Palmeiras


Os ataques que deixaram oito mortos em Osasco (SP), após o jogo do Palmeiras pela final da Copa do Brasil, estão interligados, de acordo com Mauro Guimarães Soares, delegado que investiga o caso. Ao menos nove pessoas foram atingidas por tiros na cidade da Grande São Paulo enquanto palmeirenses comemoravam o título.
Soares disse ao Terra nesta quinta-feira que "existe ligação" entre as mortes e que, aparentemente, os criminosos traçaram uma rota, já que os locais onde as vítimas foram atacadas são próximos e os intervalos de tempo entre um e outro são parecidos.
"Foi tudo muito próximo, horário muito parecido. Não foi exatamente cronometrado, mas, em alguns casos, dá pra ver uma sequência (de ataques). A impressão que dá é que seguiram uma rota. Não dá para garantir, mas seria possível, sim", confirmou.
O delegado, no entanto, praticamente descartou que os assassinatos tenham relação com briga de torcidas ou com a comemoração. "A (chance) mais remota é essa. De tudo que vimos até agora, nada indica isso (relação com o jogo). Está praticamente descartado. Teve gente que morreu com camisa do Corinthians", argumentou.
Até o momento, as únicas pistas são de que os ataques foram feitos por homens, encapuzados, em um carro cor de vinho e em uma motocicleta "grande". Além disso, os locais dos assassinatos são conhecidos por abrigarem pontos de venda de drogas na cidade.
Vítimas
Segundo a investigação, Jailton Rodrigues da Silva, 29 anos, foi morto na rua Cuiabá, no bairro Rochoale, ao lado de Robson Cardoso Godoy, 22 anos.
No bairro Munhoz Júnior, a polícia registrou as mortes de Antônio Carlos Junior, 46 anos, na rua Patrocínio Paulista; Edison Silvestre da Silva, 35 anos, e Marcelo Lúcio Gaspar, 31 anos, na rua Palmital; e Daniel Pereira Medrado, 23 anos, na rua José Marques Resende.
Morreram ainda Dênis dos Santos, 34 anos, na rua Santo Expedito, e Adriano Barbosa, 24 anos, na rua Jade, esse último no bairro Mutinga.
De acordo com a irmã de uma das vítimas, que não quis se identificar, o irmão era palmeirense, mas ela não sabe o que motivou o crime. "Nem cigarro ele fumava. Ele estava com camisa do Palmeiras e era palmeirense, mas não tinha nada a ver. Falta justiça e policiamento na rua. Isso tudo é muito estranho, mas, pra mim, foi maldade das pessoas", disse.

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