sábado, 29 de setembro de 2012

karima souid, deputada tunísia, 700

Karima Souid, deputada do Atakatol, um dos três partidos do governo dirigido pelos islamitas de Al Nahda, anunciou hoje sua "total desvinculação com o Executivo" por causa do julgamento da jovem

Uma jovem tunisiana estuprada no início do mês por dois policiais, em Túnis, compareceu nesta quarta-feira (26) a um tribunal da capital mas, em vez de ficar do lado da acusação, ela se sentou no banco dos réus. A mulher foi acusada de "atentar contra o pudor", segundo denunciou a Associação Tunisiana de Mulheres Democratas (ATFD).
Em comunicado, a ATFD descreveu o fato como um "procedimento que transforma a vítima em acusada", com o objetivo de "aterrorizá-la para obrigá-la a renunciar a seus direitos".
A associação também afirmou ter "dúvidas sobre o compromisso do governo em aplicar o plano nacional de luta contra a violência de gênero".
No último dia 3, a jovem foi abusada por dois policiais enquanto um terceiro pedia a seu namorado 300 dinares tunisianos (R$ 386), segundo o rapaz contou à imprensa local.

Segundo essa versão, os três policiais se aproximaram do carro onde estava o casal, no norte da capital do país, Túnis.
Enquanto um policial afastou o namorado para pedir dinheiro em troca da liberação da jovem, seus dois colegas da corporação a estupraram.
Mais tarde, a vítima e seu namorado foram a um hospital, onde a menina obteve um laudo de corpo de delito.
Com o documento em mãos, foram a uma delegacia de polícia, onde levaram sete horas para denunciar os fatos.
Desde o verão passado, muitos casos de agressões e assédio policial contra mulheres foram denunciados em Túnis.
Karima Souid, uma deputada do Atakatol, um dos três partidos do governo dirigido pelos islamitas de Al Nahda, anunciou hoje sua "total desvinculação com o Executivo" pelo caso de violação.
"Nessa coalizão só vejo a hegemonia de Al Nahda (...) O caso da violação e a citação da vítima esta manhã é a gota d'água", postou a deputada em seu perfil da rede social Facebook.

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